terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sonho e Desejo

Finalmente retorno ao meu blog... Eu sei que sumi faz um tempinho (ou um tempão, depende do ponto de vista).
Moro na região mais inóspita deste país. Não chove a mais de 100 dias! Este ano o tempo seco foi tão severo que até eu, que tenho anos e anos de prática, tive que ceder ao soro fisiológico no nariz. Sim, isso mesmo... Água, só água no nariz não adianta. Mas para beber resolve o caso muito bem.
Em uma dessas noites de calor e baixa umidade, fui dormir exausta e com uma dor de cabeça que latejava... Era tão forte que a minha cabeça estava quente. Demorei para "pegar" no sono, mas quando peguei...
Então, eu estava no meu quarto, descansava em minha cama quano escuto minha mãe gritar do lado de fora da casa. Saí correndo para descobrir o por quê de tanta gritaria.
Do lado de fora, uma cena mágica... Estava chovendo! Grossos pingo de chuva, o cheiro de terra molhada... Ah, que delícia! E eu fui tomar banho de chuva...
Acordei e percebi que o tempo continuava o mesmo: seco e sem chuvas. Algumas semanas atrás não tínhamos nuvens no céu, agora temos, embora seja mais fumaça das queimadas...
Eu quero chuva! Vamos dançar a dança da chuva comigo?

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Você se lembra?

Vamos conversar. Algo aconteceu e nem faz muito tempo, mas acho que a maioria das pessoas já se esqueceu. O Brasil começava bem na Copa do Mundo! Não me digam para não falar nisso, que quem vive de passado é museu. Vou abordar de modo diferente esse assunto, por isso tanto tempo depois.
A Copa do Mundo na África do Sul começava, muita música e alegria. O povo brasileiro tinha esperança de que o Brasil iria vencer a Copa de 2010. Ruas foram enfeitadas com fitas, bandeiras e desenhos no asfalto. Carros foram enfeitados com bandeirinhas. Pessoas compravam camisetas do Brasil nas lojas (oficiais ou não). O Brasil passou na primeira fase, e era uma das seleções nas oitavas de final e o povo estava feliz.
Então acontece o que eu já esperava, o Brasil perde para a Holanda. E o povo fica triste, chora e reclama do técnico, dos jogadores, da comissão técnica e reclama de quem mais tiver alguma coisa a ver com a derrota (Mick Jagger). No dia seguinte à derrota, reparo menos bandeiras nos carros. Três dias depois da derrota, vejo um carro com a bandeirinha na janela em um percurso de 20km...
A grande pergunta que faço é: Onde está o patriotismo do povo brasileiro? Onde estão as cores da seleção brasileira? As camisetas (oficiais ou não) sumiram de repente, e houve queda nas vendas de camisetas, vuvuzelas, apitos, bandeiras, fitas, tinta e qualquer outra coisa com as cores verde e amarelo. Eu respondo a pergunta: O patriotismo e as cores da seleção irão reaparecer em 2014, para comemorar o Brasil em mais uma Copa do Mundo. O povo irá pintar tudo de novo, e se enfeitar todo (de novo) para assistir a mais uma amarga derrota e desta vez no Brasil.
Enfim, brasileiro só é brasileiro de verdade durante a Copa do Mundo, antes e depois disso: Ah.. Tanto faz.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A contemporaneidade

Eu lia e relia, mas tudo continuava inalterado. As mesmas letras e códigos... Ficava frustrada, como era possível? Deixei aquela mensagem de lado, decidi me preocupar com outras coisas pendentes e aguardar o seu retorno. Horas se passaram enquanto me ocupava para tentar tirar por um tempo a mensagem enigmática.
- Boa noite.
Aquela voz... Finalmente o retorno e todas as dúvidas desapareceriam.
- Recebi sua mensagem.
- Huummm. Um "boa noite" seria agradável, além de adequado.
- Passei horas tentando entender... Tive dificuldade para fazer outras coisas.
- Huummm.
Decidi cumprimentá-lo, já que parecia insistir na educação.
- Boa noite.
O jantar já estava pronto e nem me dei conta da quantidade de louça suja deixada na pia. Percebi que entrar na cozinha depois de um dia difícil era desanimador.
- Não se preocupe. Vou lavar as louças, depois que jantarmos.
- Não estou preocupado com as louças sujas, muito menos com o jantar.
- Vamos jantar? Vou pegar o vinho.
Mecanicamente ele se sentou, olhou o prato e começou a comer. Abri a garrafa de vinho e servi duas taças. Comemos com aquele silêncio que pesava uma tonelada. O nervosismo tomou de conta e acabei disparando:
- O que houve?
- Nunca pensei que você poderia ser tão fria.
- Não estou sendo fria. Curiosa e nervosa, isso sim.
- Era uma declaração de amor...
De novo o silêncio, desta vez pesando muito mais que uma tonelada. Fiquei uns instantes pensando... Aqueles códigos todos significavam um tipo de declaração de amor??? Decidi ser sincera.
- O que dizia exatamente? Eu não entendi...
- Sabe que eu adoro quando você fica assim? Vamos... Eu te ajudo com as louças.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A evolução da Educação

Não tem muito tempo que recebi esta mensagem por e-mail. E tenho que admitir que concordo plenamente, a educação e a nossa idéia de mundo melhor precisam ser reformulados. Aproveitem a leitura:
Antigamente se ensinava e cobrava tabuada, caligrafia, redação, datilografia... Havia aulas de Educação Física, Moral e Cívica, Práticas Agrícolas, Práticas Industriais e cantava-se o Hino Nacional, hasteando a Bandeira Nacional antes de iniciar as aulas... Leiam o relato de uma Professora de Matemática:
Semana passada, comprei um produto que custou R$15,80. Dei à balconista R$20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer. Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender. Por que estou contando isso?
Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi assim:
1. Ensino de matemática em 1950:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?
2. Ensino de matemática em 1970:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$80,00. Qual é o lucro?
3. Ensino de matemática em 1980:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$80,00. Qual é o lucro?
4. Ensino de matemática em 1990:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( ) R$20,00;
( ) R$40,00;( ) R$60,00;( ) R$80,00;
( ) R$100,00
5. Ensino de matemática em 2000:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$80,00. O lucro é de R$20,00. Está certo?
( ) SIM ( )NÃO
6. Ensino de matemática em 2009:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$80,00. Se você souber ler, coloque um X no R$20,00.
( ) R$20,00; ( ) R$40,00;( ) R$60,00;( ) R$80,00;
( ) R$100,00
7. Em 2010 vai ser assim:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$80,00. Se você souber ler, coloque um X no R$20,00. (Se você é afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não precisa responder)
( ) R$20,00; ( ) R$40,00;( ) R$60,00;( ) R$80,00;
( ) R$100,00
E se um moleque resolver pichar a sala de aula e a professora fizer com que ele pinte a sala novamente, os pais ficam enfurecidos pois a professora provocou traumas na criança.
Essa pergunta foi vencedora em um congresso sobre vida sustentável.
"Todo mundo está 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que se 'pensará' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"
Passe adiante!
Precisamos começar Já!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Riso, gargalhadas e silêncio

Vale a pena tocar no assunto, até porque me lembro de quando era mais nova. Lembro que me orgulhava o humor brasileiro, porque não precisava daquelas risadas e gargalhadas gravadas. Sons que vinham logo após algo que supostamente era considerado uma piada.
Agora percebo que a qualidade do humor brasileiro caiu, um pouco ou muito, depende do que você considera bom ou ruim. Programas como o Zorra Total, me cansam. É sempre a mesma piada, ou a mesma linha de raciocínio, ou o mesmo assunto. Sempre repetindo indefinidamente até, ao que me parece, que os responsáveis pelo programa se dêem conta de que o tal quadro não está mais fazendo sucesso. Decidem então incluir outro quadro que infelizmente vai cair no mesmo ciclo que o quadro retirado.
O CQC era um programa interessante no seu começo, e muito comparado com o Pânico na TV. Agora as coisas esfriaram e o programa constantemente me deixa indignada e ao mesmo tempo me faz rir um pouco. Já o Pânico na TV nunca me interessei... A impressão que eles me passavam era de falta de criatividade no humor o que consequentemente acabava se transformando em falta de educação e bom senso.
Gosto de pessoas como Os melhores do mundo, teatro com muito humor. Mas quando se torna repetitivo (como um quadro do Zorra Total) entedia qualquer ser humano. A não ser que você seja uma criança ou um adulto que goste de coisas repetitivas à exaustão.
Gosto de filmes de comédia, mas que fujam das fórmulas pré-preparadas. Comédias com o mesmo tema central e mesmo final previsível me decepcionam. Ultimamente filmes bons para rir têm sido aqueles em que os traillers são uma bosta, como O pequenino. Filmes com típico humor americano e piadas de TOC, TOC, são simplesmente intragáveis.
Voltando para os brasileiros, Se eu fosse você e Se eu fosse você 2, foram sucessos. Algumas pessoas esperavam que o segundo filme fosse ficar ruim já que o primeiro foi tão bom. Ambos foram um sucesso. É possível rir um pouco até com o filme de Chico Xavier, quem imagina que é possível rir com um filme que envolve pessoas possuídas e locais como cabarés. O que era um seriado divertido da TV brasileira era Os normais que ao ir para o cinema sua qualidade não caiu, mas infelizmente nem se tem lembrança de humor como aquele no que é visto atualmente na TV.
A verdade é que existem programas por aí que é possível assistir sem dar uma risada se quer.
(Inspirado na reportagem do colunista: Ale Rocha)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Amor versus Lágrimas

Eu encontro um amigo e ele parece tão abatido, ao mesmo tempo não sei bem como conversar com ele. A distância e a frieza me deixam preocupada... Como me aproximar? Como cumprimentar? E como dizer que ele parece abatido? Comecemos com cautela... Um aproximação não tão sutil, de frente... Ele me vendo e decidindo não falar comigo, bastava passar ao meu lado com um breve olhar e um olá quase inaudível. O olhar aconteceu, o 'olá' não foi como eu esperava, ele não existiu. Um discurso foi iniciado....
"Muitos choram sem motivo, outros choram com motivos para isso, entretanto há quem não chore mesmo tendo vários motivos. Eu particularmente acredito que sem as lágrimas derramadas, o coração parece congelar, aliás todo o corpo parece congelar. Então decide-se que chorar é necessário e faz bem, mas depois de um tempo, ou muito tempo, percebe-se que o amor é a causa das lágrimas... Outra decisão é evitar amar, porque amar causa dor, então as lágrimas retornam porque não há quem te ame e te queira pelo que você é. Daí as minhas dúvidas: amar e ter lágrimas como consequência por amar demais e não ter retorno, ou não amar e ter lágrimas por não ter quem te ame, ou não ter lágrimas e assim ser congelado de dentro para fora e consequentemente afastar o amor. Talvez a última opção. Ou Carlos Drummond de Andrade:

Balada do amor através das idades

Eu te gosto, você me gosta
Desde tempos imemoriais.
Eu era grego, você troiana,
Troiana mas não Helena
Saí do cavalo de pau
Para matar seu irmão.
Matei, brigamos, morremos.
(...)
Hoje sou moço moderno,
Remo, pulo, danço, boxo,
Tenho dinheiro no banco.
Você é uma loura notável.
Boxa, dança, pula, rema.
Seu pai é que não faz gosto.
Mas depois de mil peripécias,
Eu, herói de Paramount,
Te abraço, beijo e casamos.

Será que eu aguento tudo isso?"

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher

Estou cansada deste dia. Todo ano acontece a mesma coisa. Não preciso de flores ou qualquer outro presentinho para me agradar neste dia. Também não quero cartazes cor de rosa dizendo o quanto sou importante no mundo. Declarações de que mulheres fazem tudo o que um homem faz e ainda de salto alto, é simplesmente um clichê conhecido e falado constantemente (nesta data). Parece que perdeu o efeito que deveria ter, quando foi dito ou escrito pela primeira vez.
Observe, este dia comemora as batalhas vencidas que as mulheres já travaram para conseguirem votar, vestir o que querem, trabalhar e outras tantas coisas. No entanto foram batalhas, a 'guerra' ainda está aí para ser vencida... Vejo mulheres que são assassinadas por ex-namorados, ex-noivos ou ex-maridos, apesar da Lei Maria da Penha lhes garantir que terão proteção do Estado. Mulheres são espancadas e não podem fugir para algum lugar, por que podem ser mortas pelos homens que dizim amá-las. A diferença de salário continua na mesma, os salários aumentam mas não se aproximam dos salários dos homens. As piadas de mau gosto também continuam, juntamente com a imagem de objeto sexual como tanto divulga a mídia.
É inútil fazer demonstrações de quão importante as mulheres são, hipocrisia falar que as mulheres merecem respeito sendo que são tratadas como animais, objeto sexual e mero prêmio para ser exposto para os amigos. O que pode ser comemorado neste dia? Que as mulheres sempre precisarão batalhar para terem o que querem? Que gerações e gerações irão lutar contra o preconceito e a discriminação, sem conseguir a tão sonhada igualdade entre os sexos? Que não importa o quão fantástica uma mulher possa ser, ela sempre terá que provar sua eficiência e capacidade?
Feliz Dia Internacional da Mulher.