sexta-feira, 30 de abril de 2010

Riso, gargalhadas e silêncio

Vale a pena tocar no assunto, até porque me lembro de quando era mais nova. Lembro que me orgulhava o humor brasileiro, porque não precisava daquelas risadas e gargalhadas gravadas. Sons que vinham logo após algo que supostamente era considerado uma piada.
Agora percebo que a qualidade do humor brasileiro caiu, um pouco ou muito, depende do que você considera bom ou ruim. Programas como o Zorra Total, me cansam. É sempre a mesma piada, ou a mesma linha de raciocínio, ou o mesmo assunto. Sempre repetindo indefinidamente até, ao que me parece, que os responsáveis pelo programa se dêem conta de que o tal quadro não está mais fazendo sucesso. Decidem então incluir outro quadro que infelizmente vai cair no mesmo ciclo que o quadro retirado.
O CQC era um programa interessante no seu começo, e muito comparado com o Pânico na TV. Agora as coisas esfriaram e o programa constantemente me deixa indignada e ao mesmo tempo me faz rir um pouco. Já o Pânico na TV nunca me interessei... A impressão que eles me passavam era de falta de criatividade no humor o que consequentemente acabava se transformando em falta de educação e bom senso.
Gosto de pessoas como Os melhores do mundo, teatro com muito humor. Mas quando se torna repetitivo (como um quadro do Zorra Total) entedia qualquer ser humano. A não ser que você seja uma criança ou um adulto que goste de coisas repetitivas à exaustão.
Gosto de filmes de comédia, mas que fujam das fórmulas pré-preparadas. Comédias com o mesmo tema central e mesmo final previsível me decepcionam. Ultimamente filmes bons para rir têm sido aqueles em que os traillers são uma bosta, como O pequenino. Filmes com típico humor americano e piadas de TOC, TOC, são simplesmente intragáveis.
Voltando para os brasileiros, Se eu fosse você e Se eu fosse você 2, foram sucessos. Algumas pessoas esperavam que o segundo filme fosse ficar ruim já que o primeiro foi tão bom. Ambos foram um sucesso. É possível rir um pouco até com o filme de Chico Xavier, quem imagina que é possível rir com um filme que envolve pessoas possuídas e locais como cabarés. O que era um seriado divertido da TV brasileira era Os normais que ao ir para o cinema sua qualidade não caiu, mas infelizmente nem se tem lembrança de humor como aquele no que é visto atualmente na TV.
A verdade é que existem programas por aí que é possível assistir sem dar uma risada se quer.
(Inspirado na reportagem do colunista: Ale Rocha)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Amor versus Lágrimas

Eu encontro um amigo e ele parece tão abatido, ao mesmo tempo não sei bem como conversar com ele. A distância e a frieza me deixam preocupada... Como me aproximar? Como cumprimentar? E como dizer que ele parece abatido? Comecemos com cautela... Um aproximação não tão sutil, de frente... Ele me vendo e decidindo não falar comigo, bastava passar ao meu lado com um breve olhar e um olá quase inaudível. O olhar aconteceu, o 'olá' não foi como eu esperava, ele não existiu. Um discurso foi iniciado....
"Muitos choram sem motivo, outros choram com motivos para isso, entretanto há quem não chore mesmo tendo vários motivos. Eu particularmente acredito que sem as lágrimas derramadas, o coração parece congelar, aliás todo o corpo parece congelar. Então decide-se que chorar é necessário e faz bem, mas depois de um tempo, ou muito tempo, percebe-se que o amor é a causa das lágrimas... Outra decisão é evitar amar, porque amar causa dor, então as lágrimas retornam porque não há quem te ame e te queira pelo que você é. Daí as minhas dúvidas: amar e ter lágrimas como consequência por amar demais e não ter retorno, ou não amar e ter lágrimas por não ter quem te ame, ou não ter lágrimas e assim ser congelado de dentro para fora e consequentemente afastar o amor. Talvez a última opção. Ou Carlos Drummond de Andrade:

Balada do amor através das idades

Eu te gosto, você me gosta
Desde tempos imemoriais.
Eu era grego, você troiana,
Troiana mas não Helena
Saí do cavalo de pau
Para matar seu irmão.
Matei, brigamos, morremos.
(...)
Hoje sou moço moderno,
Remo, pulo, danço, boxo,
Tenho dinheiro no banco.
Você é uma loura notável.
Boxa, dança, pula, rema.
Seu pai é que não faz gosto.
Mas depois de mil peripécias,
Eu, herói de Paramount,
Te abraço, beijo e casamos.

Será que eu aguento tudo isso?"