sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Você se lembra?

Vamos conversar. Algo aconteceu e nem faz muito tempo, mas acho que a maioria das pessoas já se esqueceu. O Brasil começava bem na Copa do Mundo! Não me digam para não falar nisso, que quem vive de passado é museu. Vou abordar de modo diferente esse assunto, por isso tanto tempo depois.
A Copa do Mundo na África do Sul começava, muita música e alegria. O povo brasileiro tinha esperança de que o Brasil iria vencer a Copa de 2010. Ruas foram enfeitadas com fitas, bandeiras e desenhos no asfalto. Carros foram enfeitados com bandeirinhas. Pessoas compravam camisetas do Brasil nas lojas (oficiais ou não). O Brasil passou na primeira fase, e era uma das seleções nas oitavas de final e o povo estava feliz.
Então acontece o que eu já esperava, o Brasil perde para a Holanda. E o povo fica triste, chora e reclama do técnico, dos jogadores, da comissão técnica e reclama de quem mais tiver alguma coisa a ver com a derrota (Mick Jagger). No dia seguinte à derrota, reparo menos bandeiras nos carros. Três dias depois da derrota, vejo um carro com a bandeirinha na janela em um percurso de 20km...
A grande pergunta que faço é: Onde está o patriotismo do povo brasileiro? Onde estão as cores da seleção brasileira? As camisetas (oficiais ou não) sumiram de repente, e houve queda nas vendas de camisetas, vuvuzelas, apitos, bandeiras, fitas, tinta e qualquer outra coisa com as cores verde e amarelo. Eu respondo a pergunta: O patriotismo e as cores da seleção irão reaparecer em 2014, para comemorar o Brasil em mais uma Copa do Mundo. O povo irá pintar tudo de novo, e se enfeitar todo (de novo) para assistir a mais uma amarga derrota e desta vez no Brasil.
Enfim, brasileiro só é brasileiro de verdade durante a Copa do Mundo, antes e depois disso: Ah.. Tanto faz.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A contemporaneidade

Eu lia e relia, mas tudo continuava inalterado. As mesmas letras e códigos... Ficava frustrada, como era possível? Deixei aquela mensagem de lado, decidi me preocupar com outras coisas pendentes e aguardar o seu retorno. Horas se passaram enquanto me ocupava para tentar tirar por um tempo a mensagem enigmática.
- Boa noite.
Aquela voz... Finalmente o retorno e todas as dúvidas desapareceriam.
- Recebi sua mensagem.
- Huummm. Um "boa noite" seria agradável, além de adequado.
- Passei horas tentando entender... Tive dificuldade para fazer outras coisas.
- Huummm.
Decidi cumprimentá-lo, já que parecia insistir na educação.
- Boa noite.
O jantar já estava pronto e nem me dei conta da quantidade de louça suja deixada na pia. Percebi que entrar na cozinha depois de um dia difícil era desanimador.
- Não se preocupe. Vou lavar as louças, depois que jantarmos.
- Não estou preocupado com as louças sujas, muito menos com o jantar.
- Vamos jantar? Vou pegar o vinho.
Mecanicamente ele se sentou, olhou o prato e começou a comer. Abri a garrafa de vinho e servi duas taças. Comemos com aquele silêncio que pesava uma tonelada. O nervosismo tomou de conta e acabei disparando:
- O que houve?
- Nunca pensei que você poderia ser tão fria.
- Não estou sendo fria. Curiosa e nervosa, isso sim.
- Era uma declaração de amor...
De novo o silêncio, desta vez pesando muito mais que uma tonelada. Fiquei uns instantes pensando... Aqueles códigos todos significavam um tipo de declaração de amor??? Decidi ser sincera.
- O que dizia exatamente? Eu não entendi...
- Sabe que eu adoro quando você fica assim? Vamos... Eu te ajudo com as louças.